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Podemos encarar a formação profissional como uma actividade que favorece a evolução global da personalidade do indivíduo, partindo dos conhecimentos adquiridos e de experiências vividas, permitindo obter elementos de realização mais completos de si próprio, e uma melhor adaptação ao meio de inserção, nomeadamente no plano sócio -profissional.

Neste sentido, a formação profissional pode ser considerada como um processo organizado de educação graças ao qual as pessoas enriquecem os seus conhecimentos, desenvolvem as suas capacidades e melhoram as suas atitudes ou comportamentos, aumentando, deste modo, as suas qualificações técnicas ou profissionais, com vista à felicidade e realização, bem como à participação no desenvolvimento sócio -económico e cultural da sociedade.

Trata-se, desta forma, de um processo global e permanente através do qual os jovens e adultos, a inserir ou inseridos no mercado de trabalho, se preparam para o exercício de uma actividade profissional, cuja síntese e integração possibilitam a adopção de comportamentos adequados ao desempenho da profissão.

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Neste contexto, um sistema de formação profissional define-se como:

Conjunto de actividades que visa a aquisição de conhecimentos, “habilidades”, atitudes e formas de comportamento exigidos para o exercício das funções próprias de uma actividade profissional, em que, complementarmente ao sistema educativo se procura dar/encontrar resposta às necessidades de desenvolvimento económico e social de uma determinada sociedade.

Os benefícios potenciais que a formação profissional acarreta não se restringem apenas às pessoas, nomeadamente através da aquisição de conhecimentos, aptidões técnicas e de relacionamento, pelo sentimento de pertença (a um grupo ou organização), pelo controle das tensões e conflitos existentes no dia-a-dia resultando na aquisição da autoconfiança, segurança e capacidade de tomar decisões, mas também nos benefícios potenciais que “auferem” as sociedades e organizações.

Neste sentido, a formação profissional tem de ser vista a partir das necessidades da sociedade, das organizações e dos indivíduos.

Formacao Profissional

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A INTERVENÇÃO DAS ENTIDADES FORMADORAS NO SISTEMA

Com a crescente importância da formação profissional para o país e, particularmente, para as organizações, a oferta de formação também cresceu e procura dar, cada vez mais, resposta às necessidades de formação existentes. As entidades são diversas e desempenham um papel mais ou menos abrangente no sistema de formação.

Temos hoje em Portugal os centros de formação profissional, as associações empresariais, as associações culturais e profissionais, as empresas privadas, as escolas profissionais, entre outras. A entidade formadora pode intervir activamente e de forma directa em todo o sistema de formação ou apenas em parte, isto é, numa determinada fase do sistema.

De uma forma geral, as entidades formadoras iniciam a sua actividade após a detecção das necessidades de formação concebendo uma intervenção formativa que permita a satisfação das carências de formação detectadas.

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TIPOLOGIA DOS SISTEMAS DE FORMAÇÃO

São diversas as formas de categorizar/classificar os tipos de formação profissional existentes. Consoante as necessidades do momento, enveredou-se por este ou aquele critério prático, produzindo-se classificações em função dos objectivos, público-alvo, metodologias e meios pedagógicos utilizados.

Temos uma extensa e diversificada classificação. Destacam-se dos ditos sistemas de formação existentes: os sistemas de formação inicial com certificação escolar, os de formação inicial para a qualificação profissional e a formação profissional contínua.

A formação profissional inicial com certificação escolar destina-se a jovens, tem por objectivos a obtenção de uma dupla certificação, escolar e profissional, visando a entrada no mercado do trabalho. A formação é feita em alternância, entre a escola e a empresa.

A formação inicial para a qualificação profissional destina-se a jovens ou adultos, tem por objectivos a obtenção de uma certificação profissional, a curto prazo, visando o ingresso no mercado de trabalho. A formação é implementada com componente de ordem teórica, simulações práticas e em contexto de trabalho.

A formação profissional contínua tem variantes – actualização, aperfeiçoamento, reconversão – que se destinam genericamente a adultos que já possuem uma qualificação profissional e que necessitam de adaptar os conhecimentos, o saber fazer e comportamentos às novas realidades e exigências de desempenho profissional.

Pela sua importância e pelo que representa para os formadores, expomos uma classificação que se centra no processo pelo qual a formação é feita. Esta é a esfera específica de acção do formador. A formação que se faz, pouco difere pelo processo, eventualmente porque a intervenção da tecnicidade (a existir) dos formadores pouco ou nada se faz sentir, daí as poucas classificações existentes quanto ao processo.

De acordo com esta classificação, toda a situação de produção da formação é um equilíbrio dinâmico entre três pólos: o aprendente, o saber ou matéria e o “ensinante”.

Uma tecnologia/sistema de formação é um modo específico de organizar as relações entre os três pólos. A tecnologia/sistema pode valorizar ou desvalorizar um ou outro mas são os três em conjunto que determinam o campo de formação.

Pode-se afirmar que existem algumas variáveis que têm a ver com a aptidão/inaptidão dos sistemas, por exemplo para lidar com certos tipos de objectivos de formação. São estes factores que explicam que nenhuma família de sistemas se encontra ameaçada de desaparecer subitamente. No entanto, umas estão em perda e outras em ascensão.

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